terça-feira, 24 de junho de 2008

Artesanato


A palavra artesanato é um neologismo francês — artisanat, usado pela primeira vez em um artigo de Julião Fontgne, publicado pela “La Gazette des Métiers”, de Estrasburgo, França, em 1920.

É uma atividade que remota dos povos primitivos, atravessou a antiguidade e que teve na Idade Média o seu apogeu, “marcando uma fase de história do trabalho como Era do Artesanato”.
No nosso século, a sua importância despontou em 1930, quando em Roma, reuniram-se 14 países europeus no 1 o Congresso Internacional de Artesanato, evento este realizado periodicamente até hoje.

O advento do progresso industrial em nada abalou esta atividade; pelo contrário, ocorreu uma valorização e uma ampliação do setor, passando a ter um destacado papel em economias altamente industrializadas como a norte-americana, a sueca, a alemã, a canadense, a inglesa, entre outras.

É hoje em dia uma fonte de divisas para países como o México, a Índia, a Tailândia, a Coréia e as Filipinas, que mantém um permanente comércio com os países industrializados. Os Estados Unidos destacam-se como o maior importador do mundo, seguido pelo Canadá, Alemanha, Suíça e Inglaterra.

As características básicas do Artesanato evidenciam ser uma atividade do tipo industrial, de natureza econômica típica. O seu processo de produção não comporta produção em série; o seu produto final pode ser padronizado, porém deverá conservar toda uma originalidade, típica de um trabalho manual.

O executor desta atividade é o artesão, que participa de todas ou quase todas as fases do processo produtivo. A sua base de produção é domiciliar ou em oficinas localizadas em centros associativos de produção. É portanto um trabalho autônomo, sem vínculo empregatício, onde todos participam do resultado final obtido na comercialização das peças.

O contexto cultural é a base da função artesanal. O artesanato inexiste fora de seu meio, onde os hábitos, os costumes, as tradições, os conhecimentos e as experiências, geram as condições para a sua origem e existência. Quando este contexto cultural é agredido, a função artesanal passa a sofrer uma descaracterização. Esta agressão é praticada por indução das normas de comercialização: a produção deve ser feita para atender exclusivamente as regras do mercado, que solicita mercadoria barata, fácil de vender, de embalar e de transportar.

O artesanato é um segmento cultural rico, com suas raízes na vivência cotidiana do homem. Apresenta-se, sem dúvida alguma, como a manifestação mais fiel da cultura de um povo, sua força expressiva, sua fonte vivificadora de inspiração. Caracteriza-se como uma arte ingênua, basicamente não acadêmica, fundamentada em técnicas tradicionais e ligada à toda uma tradição nativa livre de influências externas.